Outubro 11 2013

Agora que apenas resta o sempre divertido Festival do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira para terminar a parte taurina da nossa Feira de Outubro, sem querer entrar em polémicas estéreis, deixo aqui as minhas impressões - admitindo que outos pensem diferente - sobre que foi positivo e o que foi negativo. Pela positiva destaco:

1º       O encerro dos Palhas no Sábado, iniciativa corajosa  e de risco que resultou simplesmente espetacular;

2º       O grande momento que constituiu a corrida de terça. Com praça cheia e num ambiente festivo cheio de detalhes de grande sabor taurino e campero, António  Ribeiro Telles revelou a maestria que possui e mostrou ao mundo como se toureia a cavalo;

3º       António João Ferreira, com um valor estóico, perante um lote de muito más condições, para mais sem a sorte de varas, e apesar de somar nas últimas temporadas um número de corridas muitissimo abaixo do que merece, está mais maduro e não recuou um milímetro nos terrenos que pisa. Continua a merecer todo o nosso apoio e carinho.

4º       Num plano elevado na interpretação do toureio equestre com verdade, hoje tão raro, situou-se também Vitor Ribeiro. Surpeendeu-me pela positiva.

5º       Os forcados da nossa terra, apesar de uma ou outra pega menos conseguida, voltaram a mostrar porque são o melhor grupo, mais coeso, com mais toreria e capacidade para resolver qualquer papeleta com brio e valor.

6º       O convívio nas tertúlias, cada vez mais numerosas e com mais gente jovem que não quer presumir, que gosta da festa, da terra e de se divertir. As novas tertúlias de gente jovem estão a criar um bom ambiente em Vila Franca.

 

Mas infelizmente não há bela sem senão. E aquela que já foi a mais importante feira taurina do país teve. a meu ver, alguns, como os seguintes:

1º       As esperas de toiros continuam sem a reforma que se impõe. Em nome da tradição, alguns que se esquecem que aquilo que hoje é tradicional foi fruto de inovaço ainda há apenas alguns anos atrás, estão a contribuir para afundar aquele que é um dos maiores símbolos da nossa terra. Para mais, os incidentes ocorridos no fim da espera de 4ª feira com o Camané Alvarenga revelam que quem diz algumas verdades e põe o dedo na ferida corre o risco e ser agredido. Um ou outro toiro serviu, mas tudo o que se anda a passar é lamentável. E o pior é que os responsveis nada fazem para acabar com os desmandos de quem não serve, mas se serve da festa. É preciso que nas esperas em Vila Franca se volte a pôr a verdade por diante, porque festa sem verdade e sem emoção não é festa e as pessoas acabarão por se afastar.

2º       Os toiros da corrida de Domingo. Há que cuidar de outra maneira do toureio a pé.

3º       Muito pouco público nas corridas de sábado e domingo. É certo que há crise, que se calhar 3 corridas é muito, mas isso não explica tanto cimento à mostra na Palha Blanco. Creio que a Empresa Tauroleve merecia outra resposta do público.

4º       A Escola José Falcão, ao que sei, continua o seu trabalho. Durante muitos anos foi organizado, na 4ª feira, um espetáculo de balanço da temporada, em que se mostravam os jovens que estavam a despontar. Qual a razo pela qual deixou de se realizar esse espetculo? Acho que merecemos uma resposta de quem a possa dar.

 

Para o ano há mais. Temos de aproveitar o bom, tentar corrigir o menos bom e erradicar o que está mal. Por Vila Franca.

publicado por cafe-vila-franca às 10:42

Caro Luís,
sobre as esperas, tens toda a razão, e eu continuo a defender o seguinte: para além da necessária e indispensável qualidade dos toiros, existe outro aspeto que tem de ser revisto, e que é a hora a que ocorrem. Há muito tempo que digo ser esse um dos principais fatores de afastamento do público.
A vida está diferente, há muitos anos que a maioria dos vilafranquenses - principalmente aqueles em idade ativa - trabalham fora de Vila Franca. Também o ritmo dos negócios foi alterado, e aquela hora ou duas que antigamente se conseguia tirar para ver as esperas, hoje não acontece. Por outro lado, a concentração das férias escolares num período muito mais curto e uma vivência familiar diferente, também muito focalizada no curto período de férias, única altura em que verdadeiramente as pessoas convivem 24 horas juntas, faz com que poucos optem por tirar uns dias para gozar a feira.
Por isso, penso que seria útil mudar o horário das esperas da manhã para o final da tarde. Permitiria a muitos, não roubando horas de trabalho, assistir nem que fosse à parte final das mesmas. E isso, de certeza que animaria não só as esperas, como também o comércio, restauração (a seguir às esperas seguir-se-ia naturalmente o jantar), o convívio tertuliano, o próprio recinto da feira.
Não descaracterizando, há que inovar, que adaptar a novas realidades.
Um abraço.
Abre Max a 11 de Outubro de 2013 às 11:35

No Café Vila Franca, como nos cafés da trilogia de Álvaro Guerra, os personagens descrevem, interpretam e debatem a pequena história quotidiana da sua terra e, com visão própria, o curso da grande história de todo o mundo.
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